Eu sou água.
Líquido que desce
à procura de terra,
nao retém, não segura
porque o gozo
é sempre jogar para
fora, o prazer,
jogar fora,
jogar-se fora,
ir ao encontro
do desfazer,
o gozo é um lançar-se
para fora, projetar-se
num espelho trêmulo
porque dentro
não nos tocamos,
a não ser pela mão do outro.
domingo, 15 de junho de 2014
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Trilha I
Ando cansada de você, fantasmático,
de ter você na minha mesa de jantar
toda noite.
Estou sem voz a gritar que saia.
Já não me importo.
Já te olho nos olhos de morto,
a te imitar no olhar que nunca pretende,
que não percebe o arredor,
que não olha nem pra fora, nem pra dentro,
mas cravou-se em si, como um embrião
que se engole pra tentar a vida.
Estou machucada de ter você por perto,
já não me importo.
Desisti de pedir que saia, e agora
eu reparto o pão nessa mesa,
essa trilha cujo pássaro reteve dentro,
cruelmente faminto,
esse caminho que retornou até onde
não havia mais luz.
de ter você na minha mesa de jantar
toda noite.
Estou sem voz a gritar que saia.
Já não me importo.
Já te olho nos olhos de morto,
a te imitar no olhar que nunca pretende,
que não percebe o arredor,
que não olha nem pra fora, nem pra dentro,
mas cravou-se em si, como um embrião
que se engole pra tentar a vida.
Estou machucada de ter você por perto,
já não me importo.
Desisti de pedir que saia, e agora
eu reparto o pão nessa mesa,
essa trilha cujo pássaro reteve dentro,
cruelmente faminto,
esse caminho que retornou até onde
não havia mais luz.
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