quinta-feira, 23 de outubro de 2014

23.10.14

Tua voz rouca, acabada, destruída
a arranhar a pele das minhas pernas.
Não mais, você que conhecia o caminho.
Você a me colocar nua, nas tuas mãos,
tortas, longes, longas, em mim,
não mais. Você dissolvido
na minha imagem desprotegida
dos teus olhos. Não mais.
Uma ponte a ligar, a morder, a manter
um acesso a mim. Não mais.
Não mais um lugar escuro
onde as paredes não faziam sentido,
onde a pele era uma escrita em braile,
teu acesso, meu acesso.