quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

01.01.15

Há um vidro, de uma janela talvez,
cujas gotas de chuva escorrem livres
e abertas, caminhos excessivamente
limpos. A superfície asséptica do
vidro é infértil como um carinho
ausente, o vidro, transparente
como a falta de afeto, limpo,
excessivamente limpo, carente
de história, bonito como uma coisa
inútil e distante de si. A janela não
esconde um lugar caótico e imundo,
mas apenas separa esse lugar do mundo,
do toque, da chuva, do cheiro,
de tudo aquilo que for uma pele macia.