domingo, 15 de março de 2015

15.03.2015

Descavava batatas. Amido não era amor. Mas entupia tanto quanto. As lascas de casca, cheirando ainda a uma semelhança de terra, não a terra propriamente dita. tudo era uma enganação. A queda. Filetes de desperdício tombando mais rápido, venciam vez por vez, a velocidade com que meu sangue escorria entre minhas pernas. A minha dor era um atraso. Ficava lá atrás, e eu olhava sempre pra ela. Uma competição com o churrasco dominical. Nunca venceria aquelas batatas. Sucessão de salada de choro. Excesso de sódio em gotas. Refeição sado-masoquista. O silêncio da faca me olhando.