Há uma puta chamada pressão que me persegue. Uma vadia que ri alto no meio de uma rua na madrugada, sem saber por que ri, mas cuja boca é incontrolável tal qual a boceta. Uma pessoa que vale dez reais a hora. Não o corpo, parem com essa ideia dualista ocidental de falsificadores modernos em série. A hora inteira da vida dela vale dez reais. Isso é a porra de um salário mínimo? É? Não sei, porque odeio essas coisas chamadas salário, vida, boceta, rua. E é a boceta, mas poderia ser as mãos, a mente, a boca, a inteligência, a sensibilidade. Coisas que o comércio já engoliu, a tua vida já engolida, e você aí com discurso pela boceta. Peloamordedeus. Enfim, isso era sobre um riso estridente que ecoa sob as lâmpadas de uma cidade fedorenta no meio da noite. Mas nem é mais. Veremos do que é que ela ri num próximo escrito. Já que nós não rimos de coisa alguma.