terça-feira, 17 de março de 2015

17.03.2015

Há uma puta chamada pressão que me persegue. Uma vadia que ri alto no meio de uma rua na madrugada, sem saber por que ri, mas cuja boca é incontrolável tal qual a boceta. Uma pessoa que vale dez reais a hora. Não o corpo, parem com essa ideia dualista ocidental de falsificadores modernos em série. A hora inteira da vida dela vale dez reais. Isso é a porra de um salário mínimo? É? Não sei, porque odeio essas coisas chamadas salário, vida, boceta, rua. E é a boceta, mas poderia ser as mãos, a mente, a boca, a inteligência, a sensibilidade. Coisas que o comércio já engoliu, a tua vida já engolida, e você aí com discurso pela boceta. Peloamordedeus. Enfim, isso era sobre um riso estridente que ecoa sob as lâmpadas de uma cidade fedorenta no meio da noite. Mas nem é mais. Veremos do que é que ela ri num próximo escrito. Já que nós não rimos de coisa alguma.