sexta-feira, 19 de junho de 2015

19.06.2015

Quando o silêncio chega, sou fechada a vácuo e jogada em uma arquitetura non-sense do vazio. Aqui as janelas são tortas. O propósito é um inconsciente que mija na beira da estrada. Ele fecha as janelas do prédio: noventa e nove andares, cada um com vinte e sete janelas, eu durmo em não sei qual andar, pulo de não sei qual janela trancada, caio novamente no ponto central do prédio, um abandono urbano entope meus ouvidos de silêncio, escrevo códigos nas paredes brancas: corredores da morte, da pena de morte, da pena que é o final da fila das chances. Masturbo-me num dos elevadores: viro-me de costas para a câmera que a sala de segurança vazia transmite em televisores no mude. Abro portas de fogo: mantenha esta porta fechada.