sábado, 8 de agosto de 2015

08.08.2015

Árvores exploram o mundo com galhos inertes, suas folhas derramam segredos quando o vento é forte, levam para longe a dimensão da noite, a fundura do lugar das estrelas, e também afastam a centrífuga força do buraco negro. Do mundo eu não quero mais que me sentar embaixo de alguma delas, e a sombra demarcar o lugar limite para os fantasmas. As portas dos sonhos estão constantemente abertas e por isso estão constantemente sendo violadas. Nunca sonhei para fora. O meu nascimento é o fim de uma ditadura, o começo de uma nova. Sou eu mesma a sombra do fantasma que se esquece embaixo da árvore; não quero ir longe, quero ir apenas para dentro da tarde azul onde os pássaros dormem desassustados e os segredos não voltam. Cada galho é um caminho que eu não quero seguir, cada um igualmente desimportante para quem está sentado à sombra de si mesmo.