domingo, 9 de agosto de 2015

09.08.2015

Não posso tomar banho no teu apartamento: deixar moléculas de arrependimento pelas paredes, uma camada grossa de limo, meu coração nojento: tudo banhado em vergonha. Lavar de mim teus pedaços líquidos, tuas mentiras quentes fugindo das minhas pernas, a comunhão do desespero indo embora. Sinto-me absurdamente silenciosa: desde que enxaguaram minhas histórias: de amor, as mãos crescendo poemas entre: os toques dos nossos dedos, me guarde sempre onde nasce a tua escrita, ainda que jamais diga, jamais me diga: preciso da tua palavra ou do poema ou da mentira.