na garganta, arranca-as, desfaz-te desta
semente de nascimento eterno escondida
atrás da tua língua. Engole, se for preciso,
essa umidade de querer crescer, essa
bagunça de adubo e raiz, desmancha
essa intenção de palavra-flor, esse fantasma
de fruto levado pela praga, pelo inverno
pela falta de cobrir os teus ouvidos
de outros poemas, de outra autoria,
mastiga essa pedra de silêncio e depois
presta muita atenção na palavra que nasce.