há que se ter força nos braços para levantar
todas as árvores de um poema
e os bichos emudecidos cantam em línguas
estrangeiras ao universo, e eu
estou confusa como uma estrela que ao invés de cair
explode.
há que se ter as pedras bem amarradas aos calcanhares
da palavra, para entender seu peso, e saber da morte
a paciência de ficar sozinho no fundo de um lago.