terça-feira, 15 de março de 2016

16.03.2016

as palavras também envelhecem e morrem
às vezes sofrem acidentes
às vezes são luas passando frio
os planetas dormem porque o silêncio é infinito
há imagens que fedem como uma estrela queimada
morrer também é uma promessa

a raiz da planta conhece a própria cova.
cresce assombrada

pranto de acordar as plantas
pranto de desencontrar planetas
pranto de ter nas mãos a queimadura da estrela

às vezes as palavras respiram
pneumáticas
às vezes elas tem medo do escuro do universo
há imagens que cheiram à canibalismo
às vezes as palavras são cristais
bulímicos

pranto de distender madrugada.