quinta-feira, 7 de abril de 2016

07.04.2016

A noite chega como um corte
na artéria femural, quanta coisa
vermelha escorre da gente
quando não estamos esperando
porque não sabemos como,
ou por quê. Faz alguns dias
que o sono engasga todos
os poemas não escritos
porque não se sabe qual
ou onde, é tanta artéria
arrebentada que a noite
soa esse líquido perigoso
dentro do corpo. Essa palavra
não dita afia todo seu potencial
de mutilação nesse teu silêncio
metálico. Tua boca era uma semente
agressiva e enterrada na minha língua
ou o oposto, já não sei se cresço
ou se arranco os meus pedaços.