sexta-feira, 8 de abril de 2016

09.04.2016

Sob meu seio esquerdo está a sombra da tua mão
quando a tua mão era encher um poema com palavras.
Há um excesso de mar ao redor do continente,
ele serve para desenhar afogamentos e jogar
em ressaca toda a solidão de um corpo boiando.
Sob minhas pernas ainda há a temperatura
destes afogamentos, a solidão é cada vez
mais salgada e o continente úmido, entretanto,
há um rosto sujo de areia, há uma terra,
há a sombra de um poema sob o corpo.