terça-feira, 5 de julho de 2016

05.07.2016

Chove entre a quarta e a quinta vértebra.
Somos seres dianteiros à loucura.
Amanhã o sonho buscará um refúgio menos úmido: meu quarto feito de pedra: meu olho de vidro: meu esqueleto colorido.
A casa tem pequenas vigas: de memórias. 
Amanhã eu derramarei tinta sobre os pesadelos: meu fígado tem quinze poemas pichados em tecidos moles: não é assim que se umedece a palavra.
A casa tem pequenas janelas e essas janelas se abrem para outras portas e janelas: estas se abrem para toda fotografia faminta - o mundo.
Aqui dentro os incensos queimam infinitamente: eis o depósito da minha fé: perfume e fogo.