segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

17.02.2015

Um grito dentro de um grito, então mais outro, chupando-se, um a um e em sequência, uma ciranda maldita, e eu nunca alcançava a minha voz primeira. Aquela que tocava a goela, o sangue bem dentro. No máximo, era me dado uma imagem esfumaçada dos gritos, meio branca, meio cinza, tudo tão leve, e eu a andar à cavalo aos berros, a selvageria sem me entender, mas sem perguntar e era por isso que eu a amava. E quando eu queria pular do cavalo ele nunca parava, eu tinha que me jogar e eu sabia que não tinha chão nenhum embaixo, era apenas essa fumaça, não havia nada. Quem é que se jogaria? Mas eu escuto um grito, vindo lá debaixo. Talvez a minha goela.