terça-feira, 7 de abril de 2015

07.04.2015

Quebro os ovos para o café da manhã. A noite era milagrosa, mas o sol tombou sobre a cidade, uma fatalidade cotidiana e inevitável. Tudo fugia de mim com a mesma velocidade que a escuridão da noite sucumbia. Ninguém gozou. Todos estavam protegidos pela mentira. Todos estavam protegidos pelo sonho. O desejo havia nos sequestrado. Não pertencíamos àquele lugar de prazer. O tempo corria na tragédia e no tédio com igualdade e isso era a exata medida do quanto ele não nos amava. Saí limpa de algum modo. Minha mentira era mais funda.