sexta-feira, 3 de abril de 2015

03.04.2015

23 minutos para a morte. 23 degraus para o céu. 23 metros na queda ao inferno. Ainda éramos dualistas. Ainda era essa a nossa segurança máxima. Ainda não podíamos esparramar o corpo em espaços cuja qualidade desconhecíamos. De que maneira, se não essa, saberíamos onde estamos? E sem conhecer o corpo externo, nossa extensão emocionalmente machucada que era o mundo, como entenderíamos o limite da nossa própria matéria? Sem o lugar, como entenderíamos que estamos depositados cuidadosamente no verbo morrer? Com o tempo escapando, estamos constantemente nos iludindo sobre estamos vivendo, estamos caminhando silenciosamente para o oposto. O que acontecerá quando descobrirmos que não sabemos nada? O que acontece com a mente que não para de se projetar para o alto mesmo quando desconstrói, e cujo mais íntimo é sempre um lugar de necessidade de amor? Ao que a finitude está relacionada ao que vivemos hoje de nossas vidas? O que nos salvará quando não pudermos mais nos agarrarmos a nenhuma ideia?