quarta-feira, 8 de abril de 2015

08.04.2015

A tua espingarda calibre doze beijando a minha nuca. A minha saia de tule azul manchada de sêmen. O gatilho dos teus braços comprimindo minhas costelas, um abraço é um enforcamento gentil das emoções. O reflexo na porta de vidro da sacada, meu corpo nu espalhado na cidade, uma dupla visão que acusava meu caráter de fantasma na tua vida. Os rifles derramando meus líquidos nas tuas mãos. Anti-masturbação, anti-amor. Você me aperta contra si. Ejacula a morte nas minhas pernas. Rompe minha pele em quinze pontos do meu corpo. Por um minuto achei que você entraria em mim pelo furo da bala.