domingo, 26 de abril de 2015

27.04.2015

Eu engoli a palavra. Não podia mais te dizer, e sequer dizer. Eu engoli a palavra. A violência dos meus pulsos cortando-se com as palavras que tentam escapar de mim, sem chance na garganta, no papel, no coração. Transformei-me no meu próprio epitáfio. O meu rosto é um registro póstumo. Não há ninguém na casa. As janelas foram esquecidas abertas. Não há nada além de um vento frio e uma desesperança. Não há 'embora' para eu ir. Não há 'aqui' para eu ficar. Eu engoli a palavra que me dizia.