quinta-feira, 30 de abril de 2015

30.04.2015

Cárcere de fumaça erótica me prende. Teu cigarro na minha boca, tua evidência criminal nos meus lábios, uma tragada, uma chupada, um beijo. Tuas mãos tocando os segredos dos meus órgãos, eu tão nua na tua frente, você me desconstruindo, e fabricando um sentido para as minhas faltas. Então o sono dos doentes. Você mergulhado na maquinaria que era dormir, uma cápsula que retinha tuas inquietudes, eu impossibilitada de desligar-me de tua pele, não podia apagar enquanto tuas mãos não voltassem aos meus seios. Produziu o sono em mim também. E enquanto eu dormia, você destruía a minha vida. Acordei e você era um suicida. Eu acordei, infelizmente.