domingo, 10 de maio de 2015

10.05.2015

Sou eu colocada na barriga de uma eternidade sem nunca furar a bolsa embrionária, eu toda sufocada, líquidos encharcando os pulmões com melancolia e perversão, um amor confuso e deformado, eu enfiada nesse planeta à contragosto, eu ainda esperando que me abortem depois de vinte e oito anos. A realidade é abstrata. O sentido é fabricado em larga escala num porão de uma loja suja no paraguai, hinários de igrejas falsificados, o cotidiano modelado, argila contaminada com os coliformes dos indivíduos que moram no lago. Sou uma bulímica com estômago vazio.