domingo, 10 de maio de 2015

10.05.2015

É dez de maio e eu estou perdida entre duas eternidades de tempo, uma atrás e outra na frente, aqui onde estou: nada. É dez de maio e constituo uma estatística: sou eu, entre alguns bilhões, vou deixar rastros insignificantes, mas todos dirão que valeu a pena. Vou deixar. Porque acho que já estou de luto pela minha morte. Não há sentido entre duas eternidades, elas se comprimem até nos esmagar como insetos. Acho que estou de luto pela falta de transgressão do mundo: ninguém deveria viver sem que o responsável apresente seus argumentos, todos acadelados, felizes com seus biscoitos e osso de domingo. Não pensem que deus está feliz com vocês.