quinta-feira, 21 de maio de 2015

21.05.2015

Um passarinho na minha mão se alimenta, bica a gordura da minha pele, entre as sementes, uma proteção na minha carne, suas falas são a fome delicada e o repetir do movimento do pescoço para que o bico alcance o alimento. Um passarinho canta na minha mão, entre o grave e o agudo do som, caio em um abismo chamado toque dessa música nos ouvidos, afunda tímpano adentro, procura também um alimento. Um passarinho dorme nas minhas mãos, seu sono é o quanto eu o amo e ele pode dormir porque é amado, porque existe em outro e é olhado na morte, no desligamento de sua fome, sabendo que ela retorna, sempre.