sábado, 13 de junho de 2015

13.06.2015

Eu fingia que a escrita escoava meu sangue quando ele engrossa e precisava de mais espaço. Eu fingia que era honesta e que gritava porque atingia o papel com palavras afiadas. Eu fingia que não me cortava mais manuseando estas palavras. Que elas nasciam de buracos artificiais, dores fabricadas, de vazios encaixados ordenadamente, eu fingia que tudo tinha um propósito. Eu fingia que toda palavra era literatura, e que toda dor era um pretexto.