sexta-feira, 19 de junho de 2015

20.06.2015

Teu sofá era um divã psicanalítico onde eu desaguava meu inconsciente. Eu me sentia apertada nos sete metros quadrados de esperança: os que ainda restaram do ano difícil que tive. Você queria gozar em cima das minhas fraquezas, eu deveria estar em algum lugar realmente claustrofóbico, uma janela entre sete mil. uma gentileza em estocolmo, um close caption de tua boca muda sempre dizendo: não te amo. Então tudo descia mais um degrau no silêncio, quando você se chapava e apagava ao meu lado. Os lençóis enrolados entre as minhas pernas nuas estavam encharcados de desilusões: nenhum gozo, nenhuma receita médica, nenhum souvenir. Não puxe meus cabelos durante a penetração: não queira que eu te olhe enquanto afunda em mim: não quero ler teus olhos de narciso suicida, do teu rosto, aliás, só quero a boca: sete metros quadrados de palavras mentirosas pra eu gozar em cima.