domingo, 21 de junho de 2015

21.06.2015

O despertador acionava um bom dia que ia de um ouvido ao outro e permanecia. Era a maquinaria do sol nascendo, promessas esmagadas nas engrenagens mínimas, mesmo aquelas que pareciam tão familiares: e o bom dia respondia no eco do quarto. A vida era um abrir de portas constante: sem que ninguém tivesse batido. De tempos em tempos, a impressão de que foi alguém que bateu, alguém queria entrar, tomar café, dizer que o cachorro precisa de banho, ou talvez criticar o gosto cinematográfico: mas foi você que bateu, do lado de dentro. A mão era uma engrenagem mínima de amor iludido: batidas que procuravam sons alheios aos ecos diurnos, na noite o silêncio, e a mão era uma maquinaria defeituosa, não se bastava para o amor.