terça-feira, 14 de julho de 2015

14.07.2015

Eu deságuo dores como oferendas a uma deusa carnívora esquecida no litoral abandonado de um país terrivelmente triste, ela: terrivelmente magoada: eu: terrivelmente alguma coisa que ainda não peguei com a mão. Costuro cílios com lágrimas: ninguém sabe, mas é apenas para não dizer: choro porque não posso dizer: porque quero fechar, ir embora, partir, sair, morrer, recolher, e tudo aquilo que for tirar, apanhar o objeto no calor, onde o coração dele bate, e levá-lo embora de todos os lugares. Ejeto carne dos olhos: meu choro é monstruoso: não sou uma garota a ser consolada: sou eu o próprio consolo do mundo que chora: eu vim onde tem dor, e eu fiquei. Iemanjá come areia, enche o estômago, dói, dói.