terça-feira, 14 de julho de 2015

14.07.2015

Dezessete janelas na qual eu pulei e morri. Eu ia sentar na escadaria - saída de incêndio - sempre - tinha tanto frio. Minha pele já era cinza, eu já era cinza, meu coração já era cinza; eu era um cigarro que não se consumia, eu guardava cânceres numa caixinha de música, esperava eles explodirem nas mãos, enquanto o fogo chegava, mas não: ao invés disso: a doença respirava o silêncio, e cuspia um silêncio com força em retorno, e hoje eu sei que músicas não dizem nada: e que aquelas bailarinas que dançam em cima são feitas de plástico.