domingo, 16 de agosto de 2015

14.08.2015

Sou um saquinho de órgãos magoados, de pelos cortados em incisão transversal, via análoga ao assassinato a facadas do meu tataravô que culminou na depressão do sucessor e causou um derramamento de afeto no cérebro do meu pai: ele ficou sequelado. Sou a mágoa de um órgão ensacado pelo corpo: distinto daquilo que ele próprio sente: objeto distanciado, vivenciado no contorno do crime, o pudor e a civilidade e também a matéria que o sufoca, o próprio pescoço incha, se devorando.