domingo, 4 de outubro de 2015

04.10.2015

Na minha veia corre o silêncio: acho o cheiro de sangue enjoativo. Isso porque jamais abri nenhuma parte de mim mesma: menti 305 vezes: suturas fantasiosas, corações quebrados, pulsos torcidos: jamais abri nenhuma parte. Construí dezessete edifícios de palavras, todas espelhadas: devolvem a luz como meu tio arrota, depois do almoço. Dentro elevadores andam sozinhos: a cada andar diminui o espaço entre o coração e a tristeza: são tantos andares de silêncio.