segunda-feira, 12 de outubro de 2015

12.10.2015

Entre o sono e o acordar existe um crime,
um assalto, uma ferida, uma discórdia.

Coloco minhas pernas no delírio, uma e depois outra,
quando na noite a ave fala que o mundo é longe
da onde está o meu corpo dividido.

Descanso pés em precipícios, suspensos
os meus sonhos com digitais perdidas em
incêndios: minha língua não sente o gosto
da queda.

Entre o viver e o apagar existe um
suicídio, a qual me submeto quando a ave
se cala.

A noite carrega tristezas na altura
dos meus joelhos: um assalto, uma ferida,
meu corpo repartido nas rochas, portas
fechadas a força, sonhos que descansam
nos buracos.

Entre acordar e dormir não há a tua mão.