quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

01.01.2016

Cobertores de mágoas para os trinta e sete graus do inverno. Meus ossos escorriam suores: bombas de efeito paranoide. Essa noite colocarei portas na minha vida: trancadas e alheias. Um denso cheiro de urina permanecerá na sala: em cada canto um silêncio. Odores rancorosos. Oficina de palavras autômatas: oxido choros, sardas na maçã do rosto: um boi marcado esperando em estado meditativo o movimento que o separará de seus ossos: murchos, dormentes: respirando segredos na noite: cego para a manada. A carne: essa oficina de mim mesma, esperando o momento exato em que a noite chegará mais perto - ninguém sabe a cor do olho de deus - afastando o inverno, esses trinta e sete graus de desejos partidos como lábios queimados - a cor magoada do meu olho - meus ossos chorando.