domingo, 14 de fevereiro de 2016

15.02.2016

Você não é novo, você é o antigo mal estar da sociedade, te fumaram inteiro num cachimbo de mentira, você me deu o olhar de destruí a tua vida, você me colocou numa escadaria infinita de poemas como se eu fosse uma versão freak de uma figura idiota mitológica que tenha que ficar subindo, subindo, subindo até onde não faça mais diferença, a poesia é um pequeníssimo buraco negro na tua testa e eu mirando mirando, uma atiradora nervosa demais pra aceitar teus remédios, uma atiradora histérica demais pra perceber a maldita roleta russa na bala, na cápsula, na vagina, na maldita mania de escrever todos os erros, o único erro, não ter te empurrado para o meio do poema que falava de atropelamento, você não é novo, eu não sou nova, eu sou uma página gasta desta história te lendo sem poder dizer que também sou feita de palavras, que também sou feita de buracos na testa, desses que a bala atravessa e para no azulejo da tua cozinha, do teu banheiro, na parede de todos os lugares que tu inventou pra me foder.