segunda-feira, 7 de março de 2016

08.03.2016

tirem esses nós das minhas costas. eu preciso pintar o silencio na pele. eu preciso que a palavra encontre o osso, e se enrole na vértebra como a cobra peçonhenta que é, não pode haver distancia, veja bem, as minhas próprias mãos são tão distantes não posso nem me tocar até me entender, e do que serve tanto espaço se eu não posso sair daqui. veja bem, eu espero mesmo é que o veneno da palavra me faça dormir, e se puderem devolver a porcaria do meu urso de pelúcia, me pouparia um terço dos pesadelos. ou não, talvez não, porque eu não tenho mais sete anos.