terça-feira, 8 de março de 2016

08.03.2016

Talvez meu braço não alcance agora
a janela do teu apartamento
e talvez seja impossível
desligar a lampada insistente
da noite.

Ficamos num quarto iluminado demais
para o suicídio.

Talvez eu precisasse trazer a cidade
para meus pulmões e carregá-la
como promessas ou apenas como
futuro, fogo, poema, discórdia.

Talvez eu estivesse indiferente
à temperatura do banho e talvez
a pele fosse um segredo violado
oco no coração, talvez eu tenha

ficado num quarto iluminado demais
para o suicídio.