A luz dilata a íris, e dilata também
a natureza confusa do sonho.
Somos animais marinhos respirando
a excessiva umidade das palavras.
O mar imita nossos contornos, tão inseguros, tão inquietos.
Nadamos em água salgada demais
para o silêncio.
Somos animais marinhos dilatados, úmidos,
tu tocaste com os dedos a minha inquietude.
A luz dilata o corpo, a palavra, dilata também
a natureza confusa do silêncio.