Há toda uma ordem violenta ao redor do corpo,
somos tão diferente dos oceanos - instáveis e
delicadamente descontínuos - em nós há toda
uma violência ao redor do que chamamos de
sonhos, se silenciamos não é sem rancor que o fazemos.
Há toda uma eternidade atrás da palavra,
se tememos é com esse pânico muito fino
como a roupa gasta em cima da pele, ou a
finíssima casca de um machucado antigo,
se tememos é porque somos tão violentos
quando sonhamos, e se silenciamos não é
porque deixamos tudo pra trás delicadamente.