quinta-feira, 5 de maio de 2016

05.05.2016

Este silêncio é translúcido, líquido em mãos trêmulas, o coração é um rosto tenso pelas contraturas, todo espelho é uma avalanche de sonhos igualmente líquidos, igualmente fulminantes, mais um nó no teu rosto cinza, mais uma deformidade poética, havia vinte e sete espécies de amargura embaixo da tua língua, todos os músculos do teu corpo inchando de palavras, e na boca a palavra era um lodo incomunicável, era um discurso pós-morte - agora e na hora delirante, o silêncio te persegue e ele tem a face de todas as coisas deste mundo.