domingo, 29 de março de 2015

27.03.2015

Eu tenho cheiro de mim. Uma planta inédita na solidão da floresta. Regada pelo sangues dos animais que dormem ao meu lado, que penetravam a terra sem perguntar se a raiz afogava ou bebia. Crescia com o orvalho da noite, alcançava os pinheiros, temia os vastos campos que o olhar abraçava. Pendia ao que o sol a tocasse, era uma vadia delicada da noite, caía mil metros por segundo e voltava ao escuro guardado pelo excesso de crescimento das árvores. Porque sempre caía sua raiz chorava. Porque sempre crescia tinha esperança.