domingo, 29 de março de 2015

27.03.2015

Sou pedaços que não formam uma pessoa inteira. Fragmentos fugitivos. Sou o pão esmigalhado no caminho e sempre prestes a estar na boca do pássaro, enganado de sua função, esquecido do seu destino. Sou uma dúvida vulgar sobre ser fruta ou planta, ter suco ou raiz, nutrir ou respirar. Não entendo onde está o meu coração, se enjaulado na terra, ou asfixiado no ar rarefeito da cúpula. Fiquei paralisada no tronco da árvore, recolhida no caroço da fruta, esfiapada nos caminhos da raiz. Não sei me unir. Não sei me encontrar. Não sei existir.