domingo, 19 de abril de 2015

19.04.2015

Gozo na lata de lixo da tua cozinha, misturado meu coração às cascas de fruta que você comeu no café da manhã de ontem. Gozo nas tuas costas que me gritam uma história de terror confeccionada com o ódio das minhas unhas, você nunca falava nada, então eu gritava com as mãos. Gozo por teus dedos revelando a minha natureza de mulher ácida, na sacada do teu apartamento, esperando que alguém me enxergasse gozar numa janela voyerista, apenas porque você era incapaz de enxergar meu gozo. Gozo no elavador, nas escadas, na cama que não era minha, porque o rastro sexual era um amor fingido, na verdade, sempre te odiei.