domingo, 19 de abril de 2015

19.04.2015

Ganesha dos desesperados. Santa Lúcia dos revoltos. Via láctea dos rancorosos. A minha vida era a luz da estrela morta. Uma projeção na sala do cinema, com as partículas de ácaros se enfiando na imagem, ou a imagem se enfiando no ar; Eu, uma tola, pulando, na psicose da penetração da história, que na verdade nunca entrava no corpo, apenas era uma ilusão de um diretor de fotografia. O vermelho da sala de revelação, o meu clitóris apaixonado, os negativos deste caminho que me levou à desgraça pura, à loucura, ao desamor. Santo Bergman dos perdidos, o equinócio da minha acrobacia na tua mentira, eu andando tão delicadamente quanto te beijava, para que teus lábios de kodak não fossem percebidos. Meu choro, meu choro, meu choro, enrolado em grandes filmes, quero contar, espero encher a sala, apagar a luz, então me diga que eu tenho uma história, me diga que já posso morrer.