quinta-feira, 14 de maio de 2015

14.05.2015

Logo o sol se colocará no chão como seu final sem que o giro aconteça. O mundo está tonto. E eu estou parada no centro desse mal estar, uma ânsia infantil de girar eternamente para ver como é ser roubada de si. Sem nossos sentidos, o que veremos de nós mesmos? Mesmo o si é mais olhar que objeto, e isso cansa como a cansa a via láctea silenciosa. Agora não sangro mais. Já reparei que não faço mais covas, nem abro cortes no corpo, escoei tudo será? Estou na brancura de quem perdeu o sangue e não é mais ferida, não dói e não existe, não é vermelho, não é coisa alguma que não seja essa flutuação de corpo na galáxia. Se eu girar mais rápido, será que vomito algo?