quinta-feira, 11 de junho de 2015

11.06.2015

Uma célula quebrada: teu blues caído no chão, o teu whisky derretendo o gelo tão lentamente, um esquecimento. Meu ovário rompido: old fashioned melancholy, meu armário de desilusões, as roupas vestindo o vazio, uma crime scene derretendo meu corpo tão lentamente, você alcoolizado, você em blues isolado de mim. Meu choro em preto e branco: trilhando corredores do teu apartamento, eu bebendo teu gelo com gosto de álcool isolado do julgamento, alheio ao significado do gozo, teu armário de ícones negros, estrangeirismo de precisão poética, a janela aberta na terceira hora da noite, meu corpo na arquitetura noir das tuas mãos: o suspense da língua na boca: o cheiro do meu pescoço enforcando teu olfato. As linhas da tua história em aberto, assim os botões da tua camisa, que cobrem meus seios. E o silêncio sobe como a névoa.