quarta-feira, 15 de julho de 2015

15.07.2015

Estou guardando um pedra de carvão no peito. Assim, meio empoeirado, fuligem, manchas, coisas que dizem: não deveria. Penso em entrar num rio, ir mergulhando aos poucos, deixar a água ir escorrendo pra dentro da boca, até que ela encha meu corpo: será que limpa? será que se eu colocar toda a água do rio no meu corpo ele limpa? Dizem que não: dizem que o pulmão pode ser acessado, até o estômago: mas o coração é uma coisa meio que sem acesso, meio que trancafiado: acho que deus colocou de castigo e esqueceu de tirar. Agora, depois de tanto tempo, estou com medo do que há dentro, embaixo, estou com medo da sua aparência embaixo do escuro carbono: desconfio que ele sangre muito, assim, meio que histericamente.