quarta-feira, 15 de julho de 2015

15.07.2015

Escrever mil poemas: vestir um surto: chorar lágrimas de 850 gramas: respirar ao avesso: somente um ar viciado do próprio peito: esta sou eu. Esquecer que existe um outro: esta sou eu. Esquecer que existe o mundo: esta sou eu. Amarrada com trinta e cinco nós diferentes, numa corda chamada corpo: por um minuto achei que tu me desatasse, que soprasse minha pele, em todo canto, em todo continente: então: tu me amarra de novo. E eu, escrevo mais mil poemas: visto um surto: choro 987 gramas de: coração apertado. Então o poema me amarra, eu o sopro: o amo: mas ele me amarra.