sábado, 25 de julho de 2015

26.07.2015

Eu sou o cabelo vermelho, eu sou o pedaço de músculo que grita, eu sou a célula que esconde e retém segredos de humanidade, eu sou a unha quebrada pelo dia infeliz da rotina, eu sou o pelo pubiano, eu sou a panturrilha contraída, o pé gelado, eu sou a mão inquieta, sou seios fartos, a pele branca, a dureza do osso, eu sou um amontoado de vermelhos que se abraçam, eu sou o arrepiado da nuca, sou a química que corre e leva mentiras, espelhos, cacos de expressões interiores, eu sou o umbigo, a lágrima salgada, o estômago que chora fome lá no escuro do suco gástrico, eu sou o suco gástrico, eu sou a que faz dizer e a que diz: pronome possessivo para o corpo é uma: saudade de si: é um: reconhecer-se buraco: é um: estou onde¿ e sou arrancada de mim, erotizada como objeto de mim, saída de mim onde não tem saída.