domingo, 26 de julho de 2015

27.07.2015

Não tire a mão de mim, posso achar que morri. Sou o tipo de garota existencialista, o tipo que precisa saber com a mão alheia sobre a vida, porque aqui dentro é confusão e cercas enfarpadas, e também um frio infinito. Deixa a mão aí embaixo da minha blusa, é que eu sou o tipo de garota acinzentada, se não sou esmagada até a dor, acho que tudo está longe, incluindo um corpo que divide a mesma cama. Não deixa que teus dedos escorreguem dos lábios, a desesperança é uma mãe africana que segue uma tradição de crueldade, não me corta, me escreve, aqui dentro com os dedos. Posso achar que morri, se você não me pega e me leva onde está o gozo: uma melancolia contraída, uma risada ácida, o corpo quente no inverno e um precipício trancado para as visitas, nunca estou para onde você me puxa: na verdade, eu nunca estou aqui.