quinta-feira, 27 de agosto de 2015

26.08.2015

Nebulosas estomacais: as patas de um cavalo que eu digeri. Nunca vesti branco. As folhas secas de minha orquídea eram um catalizador de desprezo. Eu buscava amores em praças vazias pela madrugada, as luzes da cidade eram delatoras de crimes e também do desespero humano: eu andei mais que pude, até onde não havia mais um caminho, continuei após isso, mais três mil quilômetros. Eu nunca vesti branco e quem sabe vomite as patas do cavalo que eu não digeri ainda esta manhã. Supernova em enxaqueca, minhas pernas recheadas de alma e aquilo que canibais comem. O despropósito universal dos meus dedos: sementes sem chuva, meus dedos, apenas os teus úmidos pela minha fraqueza, vingavam no mundo. Eu recheada de ossos e desesperança: escrevo poemas com patas de cavalo na falta de dedos hidratados. Estrela morta, buraco negro, e a fotografia mais profunda: durmo porque tenho sono, e o sono é imenso.