segunda-feira, 7 de setembro de 2015

08.09.2015

Mais uma mentira para que eu voe alto. A bailarina de plástico com azia, rodopia na música, desmaia ao término, a caixa de promessas que eu dou corda todo dia. A vodka derramada como lágrimas pela borda do copo, da boca, do olho: meu choro era alcoolizado, ele se repetia sem lembrar o começo, ele tinha a tua cara gravada em vinil: teu rosto sonoro, eu escutando vozes sem diagnóstico: eu com prontuário falsificando fraquezas, o porre inicia na sobriedade extrema, eu bebendo desculpas para morrer, baixando o volume tão lentamente, dando corda numa caixa de música arrebentada, engolindo teu rosto, a vodka, o choro, a azia voando alto: o poema cada vez mais baixo, o volume da palavra quase inaudível.